Lia e seu relacionamento com Deus



Jacó vai para casa de Labão a pedido de seu pai e lá fica hospedado, trabalhando para o tio.

Tempo depois, satisfeito com o rapaz, Labão decide pagar por seus serviços.
“Depois disse Labão a Jacó: Porque tu és meu irmão (não na literalidade mas da mesma família), hás de servir-me de graça? Declara-me qual será o teu salário.” (Gênesis 29:15)


Aí estava a oportunidade que Jacó precisava, pois quando Jacó saiu da casa de seu pai, ele tinha 2 objetivos, fugir da ira de seu irmão e obedecer a ordem do pai, “Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe” (Gênesis 28:2)


Nesse momento, já encantado com a beleza de sua prima Raquel, faz uma proposta a Labão: “E Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por Raquel, tua filha menor. (Gênesis 29:18)


Naquele tempo era costume não dar a mão da filha mais nova antes da mais velha, mas Labão interessado nos serviços de Jacó, de momento aceitou.


Assim, trabalhou 7 anos na casa de Labão e ao final desse tempo cobrou o “pagamento”, Raquel.


Acontece que seu tio mudou de ideia e resolveu enganar Jacó dando-lhe Lia (sua filha mais velha) em casamento no lugar de Raquel. Quando foi questionado, Labão argumentou: “E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita.” (Gênesis 29:26)


Nesse momento um novo acordo foi feito e uma semana depois do casamento com Lia, Jacó casou-se também com Raquel, tendo por isso que trabalhar por mais 7 anos para Labão.


Assim Lia entra (a força e “goela-a-baixo”) na história do casal apaixonado... Lia não estava nos planos de Jacó e Raquel, mas certamente estava nos planos de Deus.


Essa mulher de nome Lia que significa (cansada) de “olhos meigos”, foi obrigada a viver no centro de uma família na qual não era bem vida. Como era de se esperar, Lia era ignorada por seu marido e desprezada por sua irmã.


Mas Deus é um pai justo, que cuida de maneira especial dos menos favorecidos, que conhece nosso coração e seca nossas lagrimas... então atento ao clamor de Lia... Ele age! “Vendo, pois, o Senhor que Lia era desprezada, abriu a sua madre; porém Raquel era estéril.” (Gênesis 29:31)


Assim, Lia teve seu primeiro filho. Interessante que Deus favorece Lia, mas trata com ela em relação ao desejo do seu coração. Tudo que Lia queria era o amor de seu esposo, isso era a coisa mais importante para ela, ocupava o primeiro lugar no coração dela. Mas Deus não força ninguém a amar ninguém, Ele não faz isso nem em relação a Ele mesmo. Se fosse assim, todos amaríamos a Deus.


Ele quer ocupar o primeiro lugar em nosso coração sim, mas não obriga ninguém a isso. Deus trata conosco até que aceitemos a soberania Dele em nossa vida e entendamos que o amor Dele é mais importante do que qualquer desejo do nosso coração.


Pois bem, assim foram nascendo os filhos de Lia e seus comentários quando deu o nome a seus três primeiros filhos mostraram uma mulher faminta pelo amor de seu marido.


Ela deu o nome de Rúben (de “ver”) ao seu primogênito, dizendo: “O Senhor viu a minha infelicidade. Agora, certamente o meu marido me amará” (Gênesis 29.32).

O nome de seu segundo filho foi Simeão (de “ouvir”) “Porque o Senhor ouviu que sou desprezada, deu-me também este. Pelo que o chamou Simeão” (Gênesis 29.33).


Ao terceiro filho ela chamou Levi (de “apegar”) “Agora, finalmente, meu marido se apegará a mim, porque já lhe dei três filhos” (Gênesis 29.34).

Mas algo mudou com a chegada do quarto filho... “Engravidou ainda outra vez e, quando deu à luz mais outro filho, disse: Desta vez louvarei ao Senhor. Assim deu-lhe o nome de Judá (de “louvor”)” (Gênesis 29.35).


Foi como se Lia tivesse dito: “Não deixarei que os homens, ou minhas difíceis circunstâncias, me impeçam de louvar a Deus e de desfrutar de Suas bênçãos!”. Lia aprendeu aquilo que Deus está tentando ensinar a nós todos, de onde vem a verdadeira alegria.


O casamento pode ser bom e os filhos podem ser bênçãos, mas eles não são nossa fonte extrema de realização e significado. Deus é!


Deus realizou algo grandioso através de Lia, Ele fez dela a mãe de seis dos filhos de Jacó, de quem vieram as doze tribos de Israel. Interessante também é que foi através desse último filho, Judá “pelo qual ela louvou ao Senhor”, ela foi incluída na linhagem direta de Jesus.


Foi Judá (“louvor”), filho de Lia, o cabeça da tribo do rei (Gênesis 49.10), por meio de quem veio o rei Davi e, finalmente, o “Filho de Davi”, Jesus, o Messias.


Deus tem prazer em usar “as coisas loucas do mundo, as coisas fracas, as insignificantes, as desprezadas e as que nada são” para realizar Suas grandes obras, “para que ninguém se vanglorie diante dele” (1Co 1.27-29).



Confie em Deus, assim como fez Lia, e você certamente terá satisfeitos, em Deus, teus anseios. Entregue teu coração a Deus e desfrute do que Ele fará em você e através de você.

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